Mulheres indígenas no Brasil

Covid-19 causou maior impacto social em mulheres indígenas

De acordo com a Cepal (Comissão Econômica para América Latina e Caribe), agência vinculada à ONU (Organização das Nações Unidas), povos indígenas (mulheres indígenas) estão na lista dos maiores afetados pela pandemia do novo coronavírus. 

Para os especialistas, as medidas de isolamento e contenção do vírus evidenciaram a diferença já existente em cada região. 

Divulgado por um boletim da ONU Mulheres, o avanço da pandemia em aldeias pode acarretar a completa extinção de povos inteiros.

As mulheres acabam sendo as mais afetadas pois estão mais sujeitas à insegurança alimentar, pobreza e violência sexual. 

Mulheres indígenas no Brasil

De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) existem 896.000 pessoas indígenas e 305 povos indígenas no território brasileiro, sendo que mais de 50% vivem em aldeias. 

O movimento de mulheres indígenas brasileiras afirma a relação fundamental entre o direito à terra e o exercício do direito à saúde, à cultura, à vida e à dignidade. E também reivindicam o acesso à justiça e melhoria no acesso e qualidade dos serviços de saúde, leis e políticas culturalmente sensíveis para acabar com a violência contra as mulheres. 

Uma pesquisa da Sempreviva Organização Feminista demonstrou que as mulheres indígenas, diante do número de mortes causadas pelo coronavírus, estavam inclusas nas estatísticas de mulheres que passaram a cuidar de outras pessoas em decorrência da pandemia.

Foi o caso das líderes indígenas Watatakalu Yawalapiti e Almerinda Ramos de Lima. Uma no Xingu e a outra na região do Alto do Rio Negro, respectivamente, conduziram ações específicas para auxiliar as aldeias de acordo com as suas necessidades. 

Quando o isolamento foi feito de maneira mais incisiva, a ação destas lideranças garantiu que os povos que dependem economicamente das atividades fora das aldeias consegui se manter.

Também foi a iniciativa de mulheres que criou a campanha Rio Negro Nós Cuidamos para assegurar que os povos tivessem acesso a itens de higiene e prevenção do coronavírus como máscara e álcool em gel.

Para conhecer a ação dessas mulheres indígenas, clique aqui e acesse o site da revista National Geographic.

Traços da desigualdade

A covid-19 já afetou 163 povos, vitimando fatalmente 1162 indígenas. O número de infecções de pessoas indígenas já ultrapassou 57.000 casos, segundo dados da APIB (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil).

Cerca de 36% das moradias indígenas não têm banheiro.

Quando se fala em pessoas não indígenas, esse número cai para 6%. Menos de 35% tem acesso à água tratada em terras indígenas.

A falta de acesso ao saneamento básico foi um dos principais fatores para dificultar a contenção dos casos de coronavírus em terras indígenas. 

O Solidariedade Mulher defende a manutenção da cultura indígena, proteção territorial e a estruturação da política nacional de saúde para os povos indígenas e as comunidades tradicionais levando em consideração seus costumes e sua estrutura organizacional, respeitando as particularidades das mulheres indígenas.

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